sábado, 23 de agosto de 2008

ABRACEM

abraços001 copy Tragam-me de volta para uma realidade que amei viver em um passado tão próximo.

Tudo estava em conformidade com a fase de uma ânsia necessária ao desenvolvimento da minha alma. Atropelem esse trem da ignorância, onde a pedagogia do ter é mais forte do que a esperança do ser. Afastem esse estado submerso da indiferença, da loucura do gritar, do berro quebrando o silencio, sem que haja alguém para escutar.

Aceitem-me como sou para que nos aceitemos como somos, ainda que não sejamos o que já fomos ontem. Sei que é possível um resgate para salvar o tempo que correu e os mais lindos projetos que não morreram. Eles estão em mim. Eles estão em você.

Creio que nossos olhos deixaram de ver, nossos lábios de dizer, nossas mãos de afagar, em troca do orgulho doente que não se acanhou em avançar.

A Natureza Divina das coisas nos ensinou que tudo é possível de se transformar.Basta querer. Basta deixar. Abracem-me e nos traga de volta para o nosso lugar. Eu em você e você em mim. Um todo em uma coisa só. Assim é o universo.Partes de um todo compõe o próprio existir.

Entendo que só assim poderemos fazer o mundo cantar e todos se deixem amar. Abracem-me para que o insuportável peso da associação imbecil da matéria desprovida de alma, faça de nós instrumentos da dor e da alucinação. A vida é mais que um simples caminhar.

Abracem-me e me ajudem a abraçar, o tempo, o espaço, a vida, o destino, a fatalidade, o acaso, ainda que muitos passem a zombar. Abracem-me e não me afastem pelas imperfeições, não sou filho que abandonou os pais, nem os irmãos, nem os amigos, não abandonei ninguém no vagão desse trem. Estou nele como todos estão.

E no seu interior há ódio, há medo, a conflitos, a paixões, há erros, há acertos, há amores e indecisões. Abracem-me para que possamos ser e nos preocupar menos em ter.

Há uma corrosiva doença no interior das almas. Ela se chama ambição.

Cante a sua canção na observância dos métodos da liberdade congênita, que nasce com o florir de um tempo que eu ajudei a começar. Ele é o agora que está a nos chamar. O ontem já se foi. O amanhã está por vir. E o presente é um simples estalar de dedos.

Nada mora na sua confecção. A vida não está homologada pelas teorias que se antecipam diante da prática do amor. Abracem-me e não se acanhem em me sentir.

Eu preciso sentir você e você a mim.

Somos carne da mesma carne e frutos do mesmo ser.

Abracem-me e nos deixemos viver.

CARLOS ROBERTO VENTURA (Xamã Anguerecó Anguera - Livre Pensador) Terapeuta Holistico. Contato: ecovital@hotmail.com

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